sexta-feira, 2 de abril de 2010

exposição

às vezes eu tenho vontade de me fechar, fechar, fechar. e eu faço exatamente o contrário. eu meio que me obriguei a me abrir, abrir, abrir (sem piadas de duplo sentido, por favor) - o tempo todo, em qualquer caso, pra ver se eu morro. se eu morro por estar com o coração exposto. isso dá um nó no meu cérebro, um pouco até de angustia, uma contradição, um mini curto-circuito. como se o meu eu, digamos pessimista ficasse o tempo todo me falando "se fecha, se fecha que vai ser melhor para você" enquanto o meu eu, digamos otimista pedisse para ficar aberto à tudo que vier. não que tudo seja bom ou ruim, não. não existe bom ou ruim, certo ou errado. talvez eu até tenha trocado as palavras "otimista" e "pessimista", talvez elas devessem estar ao contrário. não porque não sei o significado delas, mas porque pode ser tudo, foi só um nome que quis dar para exemplificar. e nem acho que sejam tão precisos assim. isso não é da boca pra fora, é concreto. não existe. existem fatos e eu quero estar aberta para que eles aconteçam. tem alguns que me alegram. tem alguns que me fazer pular de euforia. tem alguns que não causam nada. tem alguns que me doem. tem alguns que me doem MUITO, a ponto de eu não querer estar aberta a eles por achar que eu posso morrer. me disseram que se morrer enterra. eu ainda não entendi o significado total dessa frase. na verdade, talvez ela não tenha um significado além desse mesmo. mas eu não entendo ainda o motivo pelo qual eu morreria de dor. tipo, porque se morre de dor? na verdade, eu estou cogitando a possibilidade de alguém morrer de dor. alguém morre de dor? eu hoje senti uma dor emocional mas que era física também. era como um estômago embrulhado, um peito fechado, uma garganta com nó, tudo ao mesmo tempo. eu acho que essa sensação é comum a inúmeras pessoas, já que muitos usam essas expressões. ou talvez a usem de maneira metafórica, sei lá. eu nunca tinha sentido essas coisas até bem pouco tempo atrás. eu achei que fossem simplesmente expressões para tentar traduzir o estado. mas não, são de verdade. as dores físicas de dor no peito, estômago embrulhado e garganta com nó realmente existem. dá mesmo que esse negócio, meio que querendo vomitar, mas ao mesmo tempo sem conseguir, já que tá tudo preso e encravado. nossa, é esquisito. eu senti isso quando saí da aula do frin. eu escrevi no twitter e repito aqui, descrevendo um pouco mais. "eu saio das aulas de montagem desse semestre meio sem energia vital. querendo chorar, sumir, virar pó. acho que tô fazendo algo errado." eu saio. e aí eu quero chegar logo em casa, pra ficar sozinha, acho que um pouco me esconder. aí a vontade de chorar passa. a vergonha de mim passa. eu acho que é isso, eu acho que eu tenho vergonha de mim. talvez vergonha de eu ser quem eu sou, talvez vergonha de mostrar quem eu sou. mas eu me mostro pros outros? ou eu só mostro a minha capa, ou coisas que eu sei fazer, ou finjo saber? ou a ideia simplesmente de me mostrar me causa vergonha e consequentemente, bloqueio? eu nem sei direito qual é a minha verdade. mas isso não acontece durante a aula, acontece só quando acaba. eu fico meio esgotada, meio acabada. talvez eu esteja usando de mim mais energia do que existe. é possível? é possível sair normal da aula?


se você leu até aqui, por favor, leia o post abaixo também. ele ficou muito pouco tempo em primeiro e todo mundo tem que ler a minha primeira poesia publicada conjunta. #^.^# (isso é uma carinha com bochechas rosadas de vergonha)

Um comentário:

  1. Mostre o que quiser mostrar e aí cabe aos outros querer conhecer o todo ou só o pedacinho! beijos

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