quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

a hora de dormir já tem um jeitinho pra não doer tanto. agora a hora de acordar é inevitável, eu tenho que acordar e enfrentar a luz que agora entra no meu quarto e me mostra um vazio tão grande... que eu tô querendo ver, e cada dia que passa eu percebo mais tudo ficando claro, e o vazio é só um ponto de vista.

ainda não sei o que é.
se é paz, se é tranquilidade alegre, se é amor, se é fusão. a mente pede pra dar nome a isso, mas eu falo assim espera só mais um pouquinho, só mais um pouquinho... já te falo, já te falo.



o que me atravessa nesses dias? os meus castelos destruídos, minhas construções inacabadas. depois que a base está feita, a única forma de mudá-lo é construir mais e reestruturá-los. mas isso exige muito, como um patrimônio tombado. leva tempo e disponibilidade. e precisa estar pronto, porque se não tiver, terá que ser a força. depois não dá pra voltar atrás. eu não estou num caminho sem volta. os caminhos todos são sem volta. ninguém se banha duas vezes no mesmo rio. nem a pessoa é a mesma e tampouco o rio.



você não reconheceria a minha geladeira se a visse agora. você, que a conhece há tanto tempo. você, que não a conhece muito, perceberia que há diferença, mas não saberia dizer exato o que. atenhamo-nos a quem já a conhece há muito tempo, que é o meu caso. ela está parecendo nova. parecendo, só, porque se você chega perto, percebe-se claramente as marcas dos ímãs, adesivos e várias outras coisas que grudaram nela. eles foram todos tirados, mas as marcas ficaram. e você pode limpar, limpar, que algumas marcas foram tão fundas e agora são parte dela. e agora? o que vai voltar a grudar-se nela? haverão adornos novos? a escolha é sua: deixá-la vazia e com suas marcas expostas, mesclar os adornos novos com velhos, voltar a ser o que era antes ou tudo novo? eis a questão.

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